quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Interatividade e Interação: questões da atualidade[1]


Larissa Paz Azevedo
Bruna Cabral[2]

Resumo: Uma das questões discutidas no meio informatizado, em especial os com acesso à internet, é a questão da interação do individuo com a tarefa cibernética. É interação? Ou, como o novo conceito, interatividade? Como se deu o surgimento desse conceito. E qual a capacidade de interatividade? Neste presente artigo, se irá discutir essas teorizações de acordo com o conceito de Marcos Silva e Alex Primo.
Palavras-chave: interação, interatividade, conceito, informática, internet

1 - Perspectiva histórica

Antigamente, os recursos da internet estavam ali somente para serem utilizados. Era um livro, que poderia ser aberto, usado e fechado novamente. A diferença da rede as demais bibliotecas era a rede de informações, conectividade com o mundo e maior rapidez na busca dos assuntos. Hoje, porém, na internet os usuários podem se envolver. Deixam de ser receptáculos de todo o conteúdo jorrado e passam a ser também seus condutores.
Segundo Marcos Silva, a interatividade, ou a tentativa de amarrar esse conceito, pela abstração que ainda o permeia, pois é um conceito que ainda se vive intensamente,  "...qualifica a nova relação emissão-mensagem-recepção, diferente daquela que caracteriza o modelo unidirecional próprio da mídia de massa (rádio, cinema, imprensa e tv) baseado na transmissão". E a interação pode ser definida como qualquer coisa ou sistema cujo funcionamento permite ao seu usuário algum nível de participação. Segundo Silva, o conceito de interação perdura anos a fio, e sofreu algumas mutações. A seu principio, era um conceito da física, passou pela psicologia, sociologia e, Multigner (apud. Silva) afirma  que permutou ao campo da informática como "interatividade".

2 – Interatividade e Interação

A divergência de ambas se encontra conforme, segundo o teórico:  "a interatividade está na disposição ou predisposição para mais interação, para uma hiper-interação, para bidirecionalidade (fusão emissão-recepção), para participação e intervenção".
Primo, atenta em seus estudos que muitos dos equipamentos tidos como interativos são na verdade reativos, visto que, a exemplificação de jogos de video game, tidos por interativos por necessitarem de uma resposta de seu interlocutor, em que essas respostas estão sempre dentro das regras do jogo. Essas tecnologias, reativas, necessitam de uma escolha de resposta, dentro de um conjunto delas. "Tomando esse entendimento, uma relação reativa não seria interativa. De fato, a primeira se caracteriza por uma forte roteirização e programação fechada que prende a relação em estreitos corredores, onde as portas sempre levam a caminhos já determinados à priori. A relação reativa seria, pois, por demasiado determinística, de liberdade cerceada.". Portanto, a interatividade requer uma resposta livre e criativa. Logo, nota-se a existência da dita interação que é reativa, só necessita de uma reação do sujeito que utiliza a tecnologia, unidirecional, e a interação mútua, bidirecional, em que requer uma resposta espontânea e livre do sujeito que utiliza.
Segue-se, um quadro a fim de explicar, sobre a perspectiva de Primo, a diferenciação nos variados aspectos da interação mutua e reativa.


No quadro, salienta-se a diferenciação a partir de alguns aspectos, à guisa de explicação, segundo os conceitos de Primo, o sistema é o conjunto de objetos que se inter-relacionam entre si, os acontecimentos que apresentam mudanças no tempo são o processo, a operação é qualificaada como a produção de um trabalho, ou a relação entre a ação e a transformação, a sequenciação dos fatos é o fluxo, throughput, o que se passa entre a decodificação  e a codificação, a relação é a conexão entre  elementos ou subsistemas, e, por fim, a interface é a superfície de contato, agenciamentos de articulação, interpretação e tradução.

Considerações finais
Mesmo tendo como referencial teórico metodológico os estudiosos em questão, definir interatividade com um conceito único, em supremacia, não é possível ainda, por sua tenra aparição. No entanto, esboços já estão sendo pensados. Muito se há de discutir antes de tal, pois mesmo a interatividade sendo um conceito novo, já possui divergências dentro de si, requerendo uma maior elaboração. Por enquanto, o que se sabe é suficiente para compreender que a internet é rápida, suas mutações mais ainda, e que essa rapidez produz novas formas de interação do sujeito.


Referência bibliográfica:
SILVA, Marcos. O que é interatividade. Disponível em <http://www.senac.br/informativo/BTS/242/boltec242d.htm>, acessado em 20 de out. de 2011.
PRIMO, Alex. Interação mútua e interação reativa: uma proposta de estudo. Disponível em <http://www6.ufrgs.br/limc/PDFs/int_mutua_reativa.pdf>, acessado em 20 de out. de 2011


[1] Trabalho apresentado à graduação em pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, na unidade da Faculdade de Formação de Professoras, à  disciplina de Informática e Educação II. Professora Juliana Macedo, 03/11/2011
[2] Graduandas do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, na unidade da Faculdade de Formação de Professoras

Nenhum comentário:

Postar um comentário